28 de julho de 2016

Mudanças: como lidar com elas?

Todo processo de mudança gera, em um primeiro momento, um certo desconforto. O medo do desconhecido, ou do indefinido, faz com que nossa mente gere um certo receio e às vezes até um bloqueio a este novo “algo”. A medida que vamos ficando mais velhos, vamos nos tornando cada vez mais resistentes a qualquer tipo de alteração nas nossas rotinas.
Entretanto, há sempre uma outra forma de encarar os fatos, um lado positivo do que parece ser apenas negativo. É muito importante que a gente sempre esteja atento a esses sinais, nem que para isso seja preciso procurá-los!

Mudando de cidade
Hoje em dia é muito comum filhos irem morar em cidades diferentes de seus pais. Enquanto somos jovens, essa distância pode não ser um problema no convívio e bem estar familiar. Mas, a medida que nossos pais vão envelhecendo, pode haver um momento de necessidade de se estar mais próximo, para que cuidados essenciais sejam oferecidos a quem tanto amamos.
Muitos idosos que mudam para a cidade de seus filhos – normalmente a contragosto – se sentem deprimidos e isolados, por saírem de seu “habitat natural” e tão conhecido, e chegarem a um local onde não conhecem nada, nem ninguém. Portanto, é muito importante providenciar um ambiente e algumas oportunidades de socialização, em que eles possam se inserir na comunidade em que vivem, atualmente. Associações, clubes, espaços de atividades diversas e até alguns programas públicos são algumas das opções de inserção social.

Mudando de casa
Uma outra situação, não tão radical quanto à citada acima, é a mudança de casa. Muitos idosos moram na casa em que construíram uma vida toda, desde a data de seu casamento. Além de todo o apego emocional recheado de lembranças e boas memórias, o ambiente conhecido, os vizinhos de décadas, o comércio “local” e diversos fatores associados a estes tornam-se barreiras para um às vezes tão necessária mudança.
Uma casa de dezenas de metros quadrados pouco utilizados, localizada na rua sem proteção ou segurança adequada, com alguns ariscos degraus de escadas, passa a ser um fator de preocupação diário de filhos e familiares.
E então, levar seus pais – ou ainda um deles, no caso de uma recente viuvez – para morar “fechado” em um apartamento seguro, sem escadas, de tamanho adequado às suas necessidades passa a ser seu grande desafio. E assim como a mudança de cidade, a mudança de casa pede momentos de socialização no novo ambiente/bairro de convivência!

Mudando a rotina diária
Sem precisarmos ir muito longe e tratar de grandes e trabalhosas mudanças, a alteração da rotina diária de um idoso também é um grande desafio. Conseguir convencê-lo a frequentar um novo ambiente, como por exemplo uma academia, pode ser quase impossível. Por isso, é sempre importante procurar um lugar em que ele se sinta à vontade e seja respeitado.
Ambientes e atividades com pessoas de mesma idade e condição física, mental e até mesmo social são muito mais facilmente “aceitos”, principalmente pelos mais teimosos. O grande segredo é achar o lugar certo e quebrar a barreira do primeiro contato. Se ele gostar, ele vai ficar!

Escrito por Alessandra Nunes Lanzoni Privado, proprietária e professora da Vivere Bene – atividades para maiores de 60 anos, baseado em sua convivência diária com idosos e seus relatos informais de experiências no assunto mudança.

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