23 de agosto de 2017

Quedas em idosos: causas e consequências

A população está envelhecendo… e este processo de envelhecer vem acompanhado de diversas alterações fisiológicas, sociais e emocionais.
Hoje falaremos de uma mudança fisiológica específica, a alteração no equilíbrio, um dos principais motivos de quedas na população idosa.
Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em 2008, a estimativa da incidência de quedas por faixa etária é de 28% a 35% nos idosos com mais de 65 anos, e de 32% a 42% naqueles com mais de 75 anos. Aqueles que já sofreram uma queda apresentam risco mais elevado para cair, entre 60% e 70% no ano subsequente. Os idosos mais saudáveis caem menos, cerca de 15% em um ano, comparativamente aos asilados, cujo porcentual sobe até 50%.

Causas do desequilíbrio
A falta de equilíbrio pode decorrer de diversos aspectos, intrínsecos e extrínsecos, dentre os mais comuns estão:
– a diminuição da massa muscular, que faz com que, em um episódio de desequilíbrio, a musculatura necessária para retomar o equilíbrio não atue conforme desejada, propiciando a queda;
– a degeneração do aparelho vestibular, órgão responsável pelo equilíbrio de nosso corpo, que não reconhece corretamente o comando do movimento do corpo, causando tonturas e vertigens (labirintite);
– a interação medicamentosa, que vem sendo vista como um fator interveniente no equilíbrio, por conta de efeitos colaterais, como tonturas e vertigens;
– a diminuição da acuidade visual, decorrente de problemas de visão como a catarata, que resulta em um menor alcance visual do ambiente;
– e, por último, mas não menos importante, o ambiente em que o idoso vive e circula, bem como itens que desfavorecem o equilíbrio, como tapetes, móveis, degraus e até mesmo calçadas desestruturadas e ruas mal sinalizadas, que propiciam o desequilíbrio e, consequentemente a queda.

Consequências físicas e psicológicas de quedas
As consequências de uma queda variam em intensidade, desde uma simples esfoliação até, em casos mais graves, à morte e, normalmente uma vem em seguida da outra.
– lesões articulares e ósseas: como normalmente pessoas com mais de 60 anos já possuem degenerações articulares como, artroses e calcificações, bem como ossos mais frágeis e porosos, as quedas podem facilmente provocar rompimentos e fraturas. A mais comum delas é a fratura da cabeça do fêmur, normalmente um foco de perda óssea.
– imobilidade: em seguida de uma lesão comumente vem um período de imobilização e repouso, para recuperação. Esse período vai variar de acordo com as condições físicas do idoso e da gravidade da lesão;
– depressão: muitas vezes esse período de imobilização vem acompanhado de um desânimo e até mesmo de diagnósticos de depressão, principalmente quando o idoso era muito ativo e tem que ficar em repouso absoluto. Nesse momento, o acompanhamento de um médico, o apoio emocional da família são essenciais;
– dependência: tornar-se dependente é um processo bastante delicado para um idoso, que lutou a vida inteira por sua independência. Quando esse processo torna-se necessário por conta de uma queda, ele é ainda mais traumático, acompanhado da preocupação de incomodar os filhos e do fato de não se sentir mais capaz de fazer atividades simples sozinho.
– morte: é pesado dizer isso, mas estudos apontam que quedas são responsáveis por 70% das mortes acidentais em
pessoas acima de 75 anos. Além disso, após hospitalização por queda, algumas complicações como pneumonia, infarto do miocárdio e tromboembolismo pulmonar podem culminar com morte.

Prevenção a episódios de quedas
Considerando as causas de desequilíbrio e quedas citadas acima, pode-se sugerir os seguintes recursos para se prevenir de episódios de queda:
Faça uma revisão de seus medicamentos: consulte um médico, de preferência um que já te conheça há algum tempo, e peça para ele analisar TODOS os medicamentos que você toma diariamente. Ele poderá entrar em contato com os outros médicos para verificar uma redução na quantidade dos medicamentos, otimizando seus efeitos e minimizando possíveis efeitos colaterais, tais como tontura e vertigem, que podem resultar em desequilíbrios e quedas.
Participe de um programa de exercícios de força e equilíbrio: procure uma orientação de um fisioterapeuta, quando seu problema for degeneração vestibular, para te orientar com exercícios de equilíbrio; e um profissional de educação física para fortalecimento muscular e prevenção de perda óssea, através da orientação de prática regular de atividades físicas específicas;
Analise e adapte o mobiliário da sua casa: embora enfeitem a casa, tapetes são os principais inimigos dos idosos, portanto, o ideal é eliminá-los. Além disso, reposicionar móveis baixos com quinas, como mesas de centro, é outra dica importante. Nos quartos e banheiros, a instalação de barras de apoio são excelentes opções para deixar o trajeto quarto-banheiro e o banho mais seguros.

Como para a maior parte dos problemas e doenças, a prevenção é sempre a melhor opção! Portanto, busque orientação médica, pratique atividades físicas regulares e propicie o ambiente da sua casa para evitar quedas e ter uma vida longa e saudável! Afinal de contas, bem-estar não tem idade!

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