O ser humano vive de relacionamentos. Desde o início da vida aprendemos a conviver com outros e, no decorrer da vida, aumentamos essa variedade de conexões pessoais em nosso dia a dia. Como quando bebês, por exemplo, somos levados à escolinha para poder conviver com “outros” bebês além, é claro, da convivência habitual com nossa família e seus amigos. A medida que crescemos, vamos diversificando essas fontes de convivência e, na vida adulta construímos diversas círculos de convivência: no trabalho, na família, na academia, na igreja, entre outros inúmeros ambientes que frequentamos. Mas, infelizmente, quando envelhecemos, a tendência é irmos diminuindo cada vez mais o nosso ciclo social e, consequentemente, acabamos nos isolando socialmente.
A convivência na terceira idade
A aposentadoria representa o primeiro ciclo social a ser perdido na terceira idade. Ao se aposentar, o idoso corta da sua “lista” o convívio profissional. Ele pode até continuar se encontrando com alguns ex-colegas de trabalho, mas aquele convívio diário não existe mais.
Outra questão que favorece ao isolamento durante o envelhecimento, são as perdas. Ao envelhecermos, temos em nosso ciclo de convivência amigos e familiares de mesma idade, que podem vir a falecer antes de nós, e com isso vamos “perdendo” pessoas… é o ciclo natural da vida, mas que contribui para o processo de isolamento social do idoso.
Um fator relevante em relação ao isolamento social e pouco discutido, são as políticas públicas que envolvem o dia a dia do idoso. A falta de estrutura física, como calçadas e rampas de acesso, junto à escassez de segurança para o idoso sair sozinho, faz com que ele vá ficando cada vez mais tempo em casa, fisicamente isolado.
Como evitar o isolamento e a solidão do idoso
Preparamos algumas dicas de como não deixar o seu idoso se isolar e ficar em casa o dia todo sem conversar com ninguém:
- logo que se aposentar, procure algo para se “ocupar”, seja um trabalho voluntário, uma academia, um neto para ajudar a cuidar, algo que ocupe tempo e exija certo grau de comprometimento;
- busque grupos que pratiquem atividades de interesse comum: vale grupo de coral de igreja, oficinas cognitivas de espaços de convivência, ou um bate papo nas mesas de cafés do centro da cidade;
- aproxime-se dos ciclos existentes, seja a família ou o grupo de ex-colegas de trabalho. Sempre há um interesse comum e coisas legais a serem relembradas que foram vividas juntos;
- caso já exista o isolamento, existem profissionais e espaços dedicados exclusivamente para ajudar o idoso a se reinserir socialmente, não deixe passar mais tempo e procure ajuda (:
“Devemos despertar o sentido civil da gratidão, do apreço, da hospitalidade, capaz de fazer com que o idoso se sinta parte viva da comunidade.” – Papa Francisco (23 de outubro de 2018).