Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi um dos principais líderes da Inconfidência Mineira, conspiração de natureza separatista, da então capitania de Minas Gerais, que ia contra a execução da derrama – confisco – bem como ao domínio real português.
Antes disso, trabalhou como minerador, mascate, dentista e farmacêutico, até se alistar à Capitania de Minas Gerias, onde se tornou comandante, chegando à posição de Alferes. Foi a partir daí que começou a se envolver com líderes de oposição ao domínio português.
Tiradentes é reconhecido como mártir da famosa Inconfidência Mineira, por ter sido o único inconfidente sentenciado à morte, em 21 de abril de 1792. Sua sentença foi proferida pelo crime de “lesa-majestade”, em que considera-se traição ao Rei, conforme texto abaixo:
“JUSTIÇA que a Rainha Nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a mais escandalosa temeridade contra a Real Soberana e Suprema Autoridade da mesma Senhora, que Deus guarde.
MANDA que com baraço e pregão seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habitação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha e Sebollas; que a casa da sua habitação seja arrasada, e salgada e no meio de suas ruínas levantado um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para a Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792, Eu, o desembargador Francisco Luiz Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão que o escrevi. Sebão. Xer. de Vaslos. Cout”
Em 1965, durante a primeira fase do regime militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, para reforçar essa imagem de Tiradentes, foi sancionando a Lei Nº 4. 897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.